Acho que nunca te disse vezes suficiente o quanto gostava (muito, muito!) de ti. De ti, das tuas (inconfundiveis) gargalhadas, do teu toque, dos teus conselhos, das tuas implicações.
Nunca fui muito beijoqueira e eras sempre tu a agarrar-me e a encheres-me de beijos, mimos e abraços. Eu sorria e pensava que tudo isto ía durar para sempre. Mas não. Infelizmente. Deixaste-nos, desfeitos, há uns dias. A mim, ao pai e a tantos que nos quiseram confortar e dizer-te um último "até já". Partiu-se-me o coração e, cá entre nós, não sei quando os pedacinhos voltarão a estar juntos.
De alguma forma, conforta-me saber que não tiveste tempo para pensar em nada. Nem em quem ficou, nem no que faltou fazer ou dizer. Nem nos planos que ficaram por cumprir. A mim é o que mais me custa. Custa-me saber que nunca mais te vou ver. Custa-me ter estado fora e não ter partilhado mais tempo contigo. Custa-me que a nossa última despedida tenha sido em lágrimas - porque eu não queria voltar para Madrid, lembras-te? - e tu sorrires e dizeres que ía correr tudo bem. Custa-me olhar para fotografias e pensar que vais entrar em casa daí a 30 segundos. Há tanta coisa que me custa. Custa muito não te ter, aqui, ao pé de mim.
Que vão ser agora dos nossos passeios de nuvem? Das noites em que te deitavas comigo e falavas, falavas, ou apenas te deixavas estar à espera que eu partilhasse o que me ía na Alma?
Que vão ser das noites no skype a pedir nomes, moradas e números de telefone dos 500 amigos? Dos telefonemas para partilhar receitas? Dos pedidos de opinião para os cortinados da minha casa?
Que vão ser dos telefonemas a meio da tarde só para saberes de mim? Para saberes se tinha almoçado e se o dia estava a correr bem? Se havia planos para a noite?
Que vai ser de mim?
Que vai ser de mim sem ti?
Que vai ser de mim sem ti?
Sabes que nunca fui muito crente, mas acredito que estás com uma vista privilegiada (de cima) para saber o que se vai passando connosco. Comigo.
Só tenho (muita) pena de não te ter dito mais vezes que gostava muito, muito de ti e que, para mim, sempre foste um exemplo a seguir.
Gosto muito de ti.
Gosto muito de ti até ao 29.
Até já Mamã.
1 comentário:
Lindo.
Até mais não.
E essas palavras chegam longe. Muito Longe.
Chegam bem fundo no teu coração. Chegam bem alto no meio das estrelas.
Chegam a todos os recantos onde, na tua vida, há a presença da tua mãe.
Chegam, também, para provar que és capaz de enfrentar qualquer desafio daqui para a frente.
Um beijo enorme.
Gonçalo.
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